Dissonância Cognitiva
- William Bellizzi
- 7 de jun.
- 4 min de leitura

Você sabe o que é dissonância cognitiva?
Este não é um conceito novo, em 1957 Leon Festinger foi um psicólogo da cidade de Nova Iorque que se tornou famoso pelo desenvolvimento da Teoria da Dissonância Cognitiva, conceito psicológico
A dissonância cognitiva é um conceito que descreve o desconforto mental que uma pessoa sente quando possui crenças, atitudes ou comportamentos conflitantes.
A dissonância cognitiva é um sinal de que algo dentro de nós não está bem alinhado — e isso pode ser uma oportunidade de crescimento pessoal. Quando enfrentada com honestidade e consciência, ela pode levar a mudanças positivas e mais coerência entre quem somos e como vivemos.
Como a Dissonância Cognitiva se Manifesta?

Quando nossas crenças conflitam com evidências claras ou provadas por confirmação científica e tentamos justificar nossas incoerências ou crenças com frases ou ações como estas:
- Não é tão ruim assim, os estudos exageram;
- Ignorar informações que contradizem suas ações;
- Alguém que se considera honesto, mas mente em uma situação;
- Comprar algo caro por impulso e depois tentar justificar a compra para evitar o arrependimento;
- Um investidor que mantém suas crenças em um investimento que está performando mal, mesmo com evidências contrárias;
- Rejeitar um remédio ou vacina que podem salvar sua vida;
- Acreditar em mentiras repetidas muitas vezes ou apoiar a opinião da maioria das pessoas sem tirar suas próprias conclusões pode transformar essa mentira numa verdade. Veja no vídeo abaixo como uma mentira pode ser manipulada e qual o tipo de pessoa que pode ser influenciada por esta mentira:
Segundo Friedrich Nietzsche (filósofo alemão, nascido em 1844), existem dois tipos de pessoas: as que seguem a sua própria vontade e as que seguem a vontade dos outros.
Essa classificação aparece em obras como “Além do Bem e do Mal” e Genealogia da Moral”.
Explicação dos tipos de pessoas segundo Nietzsche
As pessoas que seguem a sua própria vontade são fortes e não obedecem a ninguém.
As pessoas que seguem a vontade dos outros são fracas e limitam-se a fazer o que os outros dizem e fazem.
Ele usa essa dicotomia para explorar a origem dos valores humanos e como diferentes grupos reagem às condições históricas e sociais. Um tema profundo e, certamente, ainda relevante!
Esse comportamento não é novo, a mais de 65 anos já foi identificado. Em nosso dia a dia nos deparávamos muitas vezes com pessoas que negavam o obvio, mas justificávamos como uma pessoa pouco esclarecida, de pouca instrução ou mesmo com alguma deficiência mental, porém eram uma ou outra pessoa, uma minoria e ignorávamos. Contudo com o advento das redes sociais e um número cada vez maior de pessoas que se expressam, se manifestam e defendem seus pontos de vista, concluímos que não se trata de falta de instrução, formação acadêmica ou uma deficiência grave de intelecto e sim uma dissonância cognitiva.
A dissonância cognitiva não é considerada uma doença mental. É um fenômeno psicológico que descreve o desconforto ou tensão mental que surge quando uma pessoa tem pensamentos ou crenças que entram em conflito com suas ações ou decisões.

Como lidar com a dissonância cognitiva, há vários meios de você corrigir:
1 . Reconhecer que vive esse conflito ou incomodo;
2 . Reavaliar o comportamento:
Em vez de justificar a ação para evitar a dissonância, considere mudar o comportamento para alinhar-se melhor com as crenças. Por exemplo, se você sabe que fumar é prejudicial e continua fumando, mudar para um comportamento mais saudável, como parar de fumar, pode reduzir a dissonância.
3 . Mudar a forma de pensar:
Tentar mudar a percepção sobre as próprias ações, como reavaliar o significado de uma atitude que gera conflito, pode ser eficaz.
4 . Reduzir a importância do conflito:
Se a dissonância se concentra em algo que não é fundamental para a sua vida, você pode tentar diminuir a importância que dá a essa crença ou comportamento.
5 . Buscar informações adicionais:
Às vezes, a dissonância pode ser reduzida ao adquirir mais conhecimento sobre o assunto em questão, o que pode ajudar a esclarecer as dúvidas e reduzir o conflito.
6 . Abrir-se a novas perspectivas:
Estar aberto a ouvir outras opiniões e a considerar diferentes pontos de vista sobre o assunto em questão pode ajudar a mudar a sua própria perspectiva e, consequentemente, a reduzir a dissonância.
7 . Buscar apoio profissional:
Em casos mais complexos ou se a dissonância estiver causando sofrimento significativo, considere buscar ajuda profissional, como um psicólogo, que pode fornecer ferramentas e estratégias para lidar com o problema.

Exemplos:
Se você acredita que a corrupção é um problema grave, mas vota em um político corrupto, a dissonância pode ser reduzida ao mudar o seu voto para um candidato mais honesto ou ao reavaliar a importância do seu voto em relação à sua crença na corrupção.
Se você está seguindo uma dieta, mas come um doce mesmo sabendo que isso é prejudicial, a dissonância pode ser reduzida ao mudar o seu comportamento e evitar o doce ou ao reavaliar a importância do seu consumo de doces em relação à sua dieta.
Ao entender a dissonância cognitiva e as diferentes maneiras de lidar com ela, você pode reduzir o desconforto que ela causa e tomar decisões mais conscientes e alinhadas com os seus valores.
Todas essas ações não são fáceis de serem tomadas, principalmente o primeiro passo que é admitir que suas crenças e valores estão distorcidos ou influenciados e precisam ser investigamos, esclarecidos e removido esse véu que encobre sua visão de ver os fatos.
Um profissional sério, respeitável, imune de influências e acima de tudo ético pode lhe ajudar. Não é vergonha alguma pedir ajuda, estes profissionais escolheram dedicarem se a ajudar as pessoas.
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